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MOOCHACHO MAGAZINE

Foto do escritorGui Schmidt

A história da arte no skate


Quatro pranchas de skate da Powell Peralta, com as clássicas ilustrações de caveira feitas pelo Vernon Courtlandt Johnson (VCJ)

Eu (Gui) confesso que nunca aprendi a andar de skate, mas como quase toda criança dos anos 80/90 logicamente tive um.

Não sei você, mas na época pré-youtube o meu único contato com o esporte eram os filmes (como esquecer do skate voador de Marty McFly, no clássico 'De Volta Para o Futuro?') ou o meu combalido Mega Drive (alugando na locadora mais próxima o lendário California Games, avô do Tony Hawk e de outros games com esportes mais 'radicais' - não o footbag 🤣).

Gif animado com uma cena de um skatista no jogo California Games, para Mega Drive, caindo no Half Pipetássemos repetidas vezes.
[O inesquecível California Games]

O que me chamou atenção para pedir um de natal certamente não foram as manobras (que eu nem conhecia) e tampouco influência de heróis das rodinhas como Steve Caballero, Christian Hosoi ou o próprio Tony - que passavam bem longe do meu radar de futebolista.

A minha pira, como colecionador assíduo de figurinhas e entusiasta dos filmes de terror na pegada trash eram os shapes com artes cheias de monstros gosmentos e multicoloridos.

Aproveitando o gancho da nova coleção do Moochacho, nascida das mãos talentosas do Rodrigo Neves, resolvi escrever esse artigo para viajarmos juntos pela história da arte gráfica no skate. Bora lá?

DÉCADAS DE 50 A 70 - QUANDO TUDO ERA MATO MADEIRA

Você já deve ter ouvido falar que o skate foi inventado por um grupo de surfistas entediados que, nos dias de mar flat, resolveram instalar rodinhas em pranchas de madeira e sair dropando no asfalto.

No início a única preocupação era a funcionalidade e a produção crua e artesanal. O aumento de interesse fez surgiu em 1960 a Roller Derby, marca pioneira na produção em escala industrial e primeira a estampar a logo no shape (parte superior).

Foto do primeiro skate produzido em larga escala pela Roller Derby, com a prancha de madeira vermelha e a marca escrita na parte de cima.

A tendência de criação da identidade no produto foi seguida mais tarde por outras marcas clássicas como Dogtown, Santa Cruz e Powell Peralta, que migraram o padrão de arte para a parte de baixo do shape. (como costumamos ver até hoje por aí).

Foto da parte de baixo de um skate de madeira antigo, com a marca Santa Cruz estampada na parte de baixo.

DÉCADAS DE 80 A 90 - THE GOLDEN AGE

É na década de 80 que as primeiras ilustrações começam a ser desenhadas embaixo das pranchas.

Foto de uma prancha de skate da Santa Cruz com a 'Screaming Hand', ilustração mais famosa da lenda do skate art Jim Philips
[A lendária 'Screaming Hand', pelas mãos de Jim Phillips]

Com forte influência da cultura do punk-rock, artistas do underground como Vernon Courtland Johnson, Wes Humpston e o lendário Jim Phillips (pai do Jimbo Phillips, também ilustrador) mergulham de cabeça no mundo da skate art e dão vida a alguns dos símbolos mais icônicos como a Screaming Hand (Jim) e as caveiras da Powell Peralta (VCJ).

Foto de uma prancha de skate da Powell Peralta com uma caveira clássica desenhada pelo ilustrador Vernon Courtlandt Johnson, também conhecido como VCJ.
[As clássicas caveiras de VCJ]

Outros temas bem explorados foram os monstros fantásticos, como os dragões da Powell Peralta nos shapes de Caballero ou os hot rods, presentes na artes de Jim Phillips e inspirados em um dos pais da chamada kustom culture (cultura de personalização de carros/motos), Ed Roth.

Foto de uma prancha de skate da Powell Peralta para o atleta Steve Caballero com um dragão desenhado.
[O dragão de Steve Caballero]

DÉCADAS DE 90 A 00 - POLITICAMENTE INCORRETO

Nem só de banheira do Gugu e dançarinos em trajes sumários viveu a década de 90. O mundo da skate art também bebeu da fonte do politicamente incorreto e as artes de Marc McKee para marcas como World Industries, 101 e Blind deram o que falar.

A ideia era zero filtro, quanto mais controverso melhor. Na época não havia qualquer tipo de regra ou censura e era comum que os próprios atletas participassem da criação das artes que estampariam as suas pranchas.

Foto de uma prancha de skate com uma ilustração politicamente incorreta de Mark McGee]
[McGee: quanto mais polêmico melhor]

(Essa eu não conhecia, mas me lembrou uma série de figurinhas que também estourou por aqui lá por 1995 e que fazia sucesso nas rodas de 'bafo'. Alguém aí lembra da 'Gang do Lixo'?)

Série antiga de figurinhas da 'Gang do Lixo' com ilustrações e temáticas polêmicas/asquerosas e que fez sucesso nos anos 90 no Brasil.

DOS 00 EM DIANTE - ARTE COMO BRANDING

Se você torceu o nariz com o título relaxa, não vou soltar nenhum papo de coach. A referência é só pra mostrar que grandes marcas como a Element, Habitat e outras hoje pensam os seus skates como uma extensão artística para representar as suas identidades e os seus valores.

E NOVAS TECNOLOGIAS

Outras tecnologias como o corte a laser abriram um novo leque de possibilidades nas formas de expressão e temas como a sustentabilidade e pranchas feitas com materiais reciclados estão fazendo cada vez mais as marcas repensarem não só as suas linhas de produção como também as mensagens que querem transmitir.

E O SK8R DROP?

O sk8r drop do Moochacho tá na pista pelas mãos/lápis do talentosíssimo Rodrigo Neves, que bebeu muito de todas essas fontes como referência pra trazer até vocês o nosso 'Skatin' Burrito'.

Quer garantir a sua camiseta, boné & sticker antes que esgote a edição limitada (isso se ainda estiver disponível enquanto você lê esse artigo)? Então d´á um pulo no Instagram do Moochacho e encomenda por DM!


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