O ano era 2012 — ou exatamente 10 anos antes da data em que escrevo esse texto — quando os caminhos do Gui e do Artur se cruzaram pela primeira vez, nos corredores de uma empresa de tecnologia em que trabalhavam.
Das conversas na copa entre música e as apurrinhações do chefe descobriram um gosto em comum: a comida mexicana. O Gui sentia saudade dos Taco Bell que comia nas praças de alimentação quando fez intercâmbio e o Artur dos burritos do tempo em que morou em San Diego, na California. Já, para a frustração de ambos, em Floripa os restaurantes pareciam pipocar seguindo um mesmo modelo...
ENTRE UMA XÍCARA DE CAFÉ E OUTRA
¡AY, AY, AY-AY, CANTA Y NO LLORES!
Além da baixa disponibilidade de estabelecimentos os que havia pareciam mais interessados em replicar os mesmos estereótipos mexicanos de mariachis e tequileiras do que na própria comida que serviam. Nada contra, mas não existia uma alternativa para quem queria algo mais simples, como só passar em um fim de tarde de bermuda e chinelo pra comer sem toda a pirotecnia envolvida
Dizem que nesses casos existem alguns caminhos que você pode seguir: reclamar, se conformar, esperar que com o tempo algo parecido surja ou arregaçar as mangas e criar. Alguma coisa nos disse que valia a pena tentar.
MEXICANO 2.0
A partir daí surgiram os primeiros rascunhos do que viria a ser o Moochacho e uma das primeiras propostas foi criar como delivery, inspirado em uma plataforma de sushi da época que permitia montar os pratos quase como em um game. O foco sempre foi a praticidade e embora esse projeto em si não tenha ido pra frente esse foi justamente o espírito que nos fez enxergar um modelo que permitiria, com pouca grana e em um tempo mais curto, finalmente tirar a ideia do papel.
UM RESTAURANTE SOBRE RODAS
Você deve lembrar bem da controversa febre dos food trucks e inspirados no movimento (de fora e de dentro do Brasil) no início de 2015 iniciou oficialmente a montagem do que viria a se tornar o truck (tá bom, trailer) do Moochacho.
Entre idas e vindas, finalizamos o 'amarelinho' no final do ano e logo vimos que faltava na empresa um terceiro elemento, com experiência em arregaçar as mangas e fazer acontecer. Sorte a nossa que o Gui conhecia a pessoa perfeita.
O ELO ENCONTRADO
O Ander fez carreira no setor moveleiro (inclusive teve uma empresa de móveis planejados com o Gui) e topou embarcar na aventura no ato. Ele foi peça fundamental para que conseguíssemos nem um mês depois estar com a porta (ou a janela) aberta na Praia dos Ingleses, na expectativa de pegar carona no movimento da temporada.
APANHANDO DO XIS
O público de lá na época não entendeu muito bem o conceito dos burritos e enquanto a fila se acumulava no xis do outro lado da avenida a nossa era composta basicamente pelos amigos que topavam pegar o carro e cruzar a ilha pra nos apoiar.
A certeza de que estávamos no caminho certo veio com as nossas participações nos eventos de truck pelo litoral, nos finais de semana, com os primeiros admiradores e os primeiros sold outs (estoques esgotados).
BAR DOCE LAR
Ao final da temporada decidimos encerrar a operação nos Ingleses e retomar o plano original de apostar na região universitária. Durante alguns meses seguimos operando dentro do truck – até conseguimos juntar grana e montar o restaurante – e inauguramos oficialmente o nosso BURRITO BAR, o primeiro do Brasil, em agosto de 2016 com um evento fechado para amigos e parceiros.
DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA
De lá para cá são mais de 6 anos construindo a nossa segunda casa. Tivemos ao longo do ano mais três unidades de operação (Coqueiros – um pouco da história aqui –, Centro e Campinas), muitos tropeços, uma pandemia de 2 anos, mas seguimos em pé e com a mesma vontade de transformar o Moochacho em algo único e popularizar o nosso amado burrito.
A HISTÓRIA CONTINUA
Isso é só um resumo e é só o início. Muito obrigado por nos apoiar e seguir conosco fazendo história ao longo dos anos.
Nos vemos na Trinda!