O Moochacho é famoso pelos burritos, mas a gente não chama o nosso canto de "burrito bar" à toa. A cerveja sempre desempenhou um papel importante na nossa experiência e recentemente inauguramos uma novidade pra fortalecer ainda mais essa "dobradinha".
A nossa Tap Room conta com 8 torneiras e a nossa proposta é trabalhar com uma variedade de estilos que agrade tanto quem curte uma opção mais suave quanto quem prefere aquelas mais encorpadas.
Separamos nesse artigo 5 estilos que você muito possivelmente vai encontrar na próxima vez que for até a loja (além das rotativas que sempre trazem alguma novidade interessante). Bora conhecer melhor?
1. PILSEN
NAS NOSSAS TORNEIRAS: PILSEN, DA HOLZBIER
O Pilsen talvez seja o estilo mais conhecido e consumido por aqui. Ao contrário do que muita gente pensa ele não é alemão e sim Tcheco e vem da cidade de mesmo nome (Plzeň).
Estima-se que a primeira (de marca Pilsner Urquell) foi produzida em 1842 e por convenção costumam ser divididas em 3 sub-estilos:
Bohemian Pilsner - o estilo original
German Pilsner - a versão alemã, de 1870, que se tornou muito popular após a Segunda Guerra.
Classic American Pilsner - a variação americana, levada aos Estados Unidos por imigrantes europeus e produzidas com ingredientes locais.
A título de curiosidade, um equívoco bem comum por aí é considerar Lager e Pilsen como a mesma coisa . Na verdade Lager é a família (de cervejas com baixa fermentação), enquanto Pilsen é um dos estilos que fazem parte da família das Lager.
Ou seja, toda Pilsen é uma Lager, mas nem toda Lager é uma Pilsen (como as 'American Lager' socadas de milho que costumamos encontrar nos supermercados daqui 😅)
2. WEISS
NAS NOSSAS TORNEIRAS: WEISS, DA HOLZBIER
As Weizenbier, Weissbier ou só Weiss são cervejas tradicionais alemãs feitas com trigo. Embora no início as chamadas "cervejas brancas" (por sua coloração mais opaca) tivessem livre produção (utilizando toda uma variedade de cereais), foram durante muitas décadas monopólio de uma família da nobreza bávara.
Os Degenberger receberam do Duke Albrecht V não só a concessão exclusiva para fabricação de cerveja durante o período de verão como também se tornaram os produtores exclusivos de cerveja de trigo na região da Bavaria (sob a alegação de que assim se manteria um maior controle sobre o consumo do cereal e não faltaria para o pão, por exemplo).
É claro que o pano de fundo eram negociatas políticas e econômicas para lucrar com o comércio (como indicam as futuras manobras de taxação sobre o vinho e proibição do consumo das chamadas brown beers pra incentivar as weiss), mas é fato que talvez o impulso inicial tenha ajudado a popularizá-la e transformá-la em um dos maiores símbolos germânicos.
3. VIENNA LAGER
NAS NOSSAS TORNEIRAS: KOZMIC VIENNA, DA UNIKA
Diz-se que o estilo Vienna Lager foi criado (como o nome supõe) na Áustria por Anton Dreher, filho de uma distinta família cervejeira cuja fama era tão grande que recebeu a alcunha de Beer King (ou Rei da Cerveja).
Em 1840 Anton resolveu experimentar na busca por criar uma cerveja que combinasse as tradicionais Lagers e as cervejas claras da Inglaterra. Daí nasceu a Schwechater Lagerbier (uma homenagem à cidade natal de Dreher), que se tornou tão popular fronteiras afora ao ponto de ser rebatizada como 'Vienna Lager'(até porque Schwechater é um tanto quanto difícil de pronunciar e escrever).
4. INDIA PALE ALE (IPA)
NAS NOSSAS TORNEIRAS: DRAGON IPA (LEUVEN), WEST COAST IPA (UNIKA), SKUNK JUICY (UNIKA), GREEN COW IPA (SEASONS), BLACK IPA (HOLZBIER) E POR AÍ VAI!
Se as Pilsen e American Lagers são as mais popularmente consumidas é inegável que o crescimento do segmento de cervejas artesanais trouxe ao pódio um estilo em particular:as India Pale Ales ou, pra facilitar, IPAs.
Uma das primeiras lendas conta que a primeira IPA nasceu das mãos do cervejeiro londrino George Hogdson, que em 1760 teria produzido uma Pale Ale mais forte e aumentado a carga de l´úpulos para garantir que elas chegassem em boas condições à Índia.
Ao que parece a teoria cai por terra a partir dos estudos de pesquisadores como Garrett Oliver, no The Oxford Companion to Beer e do jornalista britânico Martyn Cornell que, em pesquisas recentes, revelam que já em 1711 cervejas como as Porter e as Pale Ale já eram exportadas pra Índia com êxito. Isso indica que os ingleses já tinham conhecimento que as cervejas mais alcoólicas e lupuladas resistiam melhor às longas viagens.
Polêmicas à parte dados de 2016 mostram que, pelo menos nos Estados Unidos, as IPAs chegaram a 28% do total produzido pelas artesanais (ou cerca de 750 milhões de litros/ano). Parece pouco? Pois saiba que esse volume equivale à produção total de países como Porto Rico, Letônia ou Marrocos.
5. AMERICAN PALE ALE (APA)
NAS NOSSAS TORNEIRAS: CAMPECHE HAZY (UNIKA) E APA ZAPPA (UNIKA)
Se as IPAs nasceram no "velho mundo" podemos dizer que as APAs são uma descendente distante do "novo mundo". As primeiras American Pale Ales surgiram na década de 80, fruto de um movimento batizado de Revolução Cervejeira.
A inspiração veio das clássicas English Pale Ales, mas utilizando ingredientes locais. A Sierra Nevada Brewing Co, fundada em 1979 na California, é considerada a responsável pela criação do estilo quando lançou em 1981 a sua 'releitura' de Pale Ale e puxou uma verdadeira corrida de outras cervejarias pela produção de receitas próprias.
Um traço marcante (mas sem configurar uma regra) é um amargor mais leve que as IPAs e a presença de notas de frutas cítricas e tropicais na receita (quem é da época que vendíamos a San Diego da BARCO sabe muito bem do que estamos falando).
CURTIU A (BREVE) AULA?
Então bora sair da teoria e dar um pulo no Moochacho pra sentir no paladar todos os sabores (e história) por trás de todos os estilos que dão vida às nossas torneiras.
(E harmonizar com o seu burrito favorito, é lógico!)
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